ser ei a
mesma

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Do cosmos ou não
corpos

(em diálogo)
se fortalecem enquanto
se permitem

conectos

(em vontades)
se dividem em vários

juntos, se desprendem
de medos

sente a força?
do amor aos voôs

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Corpo presente
Atento e ativo
Altivo, vivo
Corpo ser
Essência
Em pontência
A boca cheia
Pra falar do movimento

Arripio

sábado, 5 de setembro de 2015

em busca das minhas cores
e me habituando
com os barulhos do mundo
quando sou silêncio

o que é o que é?


como ser
sem respostas

?
leve
feito uma bigorna

flutuando
com meus 80kg de pensamento

as roupas me apertam
rasgo tudo

não funciona
eu peso
de tanto que penso
pesa

na balança da farmácia
muitos quilos a mais

segunda-feira, 27 de abril de 2015


como com
a fome do mundo

devoro primeiro eu
com uma fome de 3 dias
engulo e
continuo a rasgar tudo com os dentes

quinta-feira, 2 de abril de 2015

um meio de ser

venho fluindo esses dias
entre sensações novas e estranhas
botar pra fora me ajuda e me cala
mais uma vez

ainda não sei ser silêncio

venho tentando

volta e meia brota um sorriso
te quiero
mas se esconde no canto da boca

tenho gostado de chorar

me alivia do silêncio
e de todas as dúvidas dentro de mim

não é bem tristeza
não é

é silêncio demais
pra minha boca agitada
e para minhas mãos tão articuladas

como um remédio que realmente faz efeito
mas antes arde dói e irrita

vou me engolir e digerir
pra ver se passa essa vontade de falar
que tem virado água

sexta-feira, 27 de março de 2015

meus olhos inchados
falam por si
minha boca mais vermelha que de costume
também, diz sem querer dizer
minhas mãos trêmulas
vão tentando se agarrar a algo
meu corpo febril
não sabe se sente calor ou frio
meus pés vão embora sem querer
a cabeça dói
vai explodir e mesmo assim não cansa de pensar
meus cabelos estão feios ou indesejáveis
minhas unhas continuam curtas
meus pés ainda sujos
meus peitos tortos feito eu
toda torta

descompensei

quinta-feira, 26 de março de 2015

seguro um dia sem choro
um dia que eu varra, cuide das plantas, leia, coma
posso até ver fotos, ou reviver momentos na cabeça
seguro um dia sem choro
consigo

mas não posso nem por um segundo do dia
cantar sem que
o resultado seja
o fracasso
a voz falha
e o choro

choro porque ele canta
e choro porque ele me ensinou
a beleza das vozes e dos sons

eu canto sempre pra ele

sempre pra ele
esperando que ele ouça
e inexplicavelmente por motivos além mundo
ache lindo

não estou conseguindo cantar
choro
será que eu escrevo

que ninguém leia nesse quase lugar

será que digo dos destroços do coração?
ou engulo tudo e finjo que não?
sempre muito honesta muito certa
sincera demais
muito pura muito muito muito demais
anormal
límpida
e sozinha de tanto falar

silenciada pela vida
muda de tanto contar

febril
e sem nenhuma intenção de rimar
mas quase chega abril
e as águas de março se fizeram em mim
dói

mas passa